Urubu Cultural

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Algumas considerações existenciais

  Foi subitamente, de um dia para o outro, que encontrei o sentido para a vida (realidade, quotidiano, etc...). O sentido da vida, e eis como tudo me surge claro agora, claro diante dos olhos, é exactamente a ausência de sentido, objectividade da mesma.
 Quando adolescente, ao proceder a várias leituras de: Sartre, Camus, Virgílio Ferreira, etc... não assimilava o facto de andarmos todos cá à deriva, sem um propósito. Essa hipótese, apesar de incompreensível, era por mim aceite sem reservas, pois que entre as explicações existencialistas, materialistas (se não forem estas sinónimas) e idealistas, estas últimas ainda me pareciam mais incompreensíveis.
 Senão vejamos, não parecerá muito mais cabal andarmos por cá à deriva de facto, do que ser o resto aleatório e só nós mesmos termos um propósito? Ou até mesmo, sermos esse único propósito?
 É uma questão que fica à consideração de cada um, não condeno de forma alguma a visão idealista, nem outra qualquer, a única coisa que alguma vez terei a criticar a alguém, poderá ser o seu absolutismo e/ou dogmatismo; isto sim é condenável.
 Quantos exemplos serão precisos para derrubar o edifício absoluto pela base? Até uma criança com algumas noções de história, o poderá fazer. Quantos impérios ou formas de organização social, já se sucederam uns aos outros na história da humanidade? Quantas certezas científicas, inabaláveis na altura em que surgiram, já foram desmistificadas pelas gerações seguintes? No preciso momento em que escrevo este pequeno texto, mais outro poderá ter ruído, ou eis que outra já tem os alicerces carunchosos, prontos a se despedaçarem.

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