Urubu Cultural

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Fim-de-semana em qualquer paragem italiana à beira-mar

Desço uma linda rua, toda ela às escadinhas, acompanhado de minha mãe. No fim da mesma, atravessa-se um bonito e rústico arco de tijolo, cor de terracota. Transpondo-se o mesmo, atinge-se uma praça banhada pelo mar; à esquerda da mesma, encontram-se algumas construções sólidas, edificadas certamente, pelos pescadores. Casas caiadas, bem arranjadas, com árvores de fruto plantadas em redor, onde por vezes, os pescadores passam o fim-de-semana com a família, organizando grandes assadas de peixe.
Noto que num jardim, uma romãzeira ostenta os seus pomos abertos e rubros, como belas vaginas ao sol outonal. Aproximando-me, colho alguns que ingiro com a minha mãe.
Vindo não se sabe de onde, surge um passarão que não voa, tem as asas castanhas e o restante corpo é branco, aparte a sujidade que apresenta, que essa tem cambiantes cinza e negro. É grande e alto como um perú, um pescoço de cegonha desproporcional ao corpo, e uma cabeça de ganso-patola (tem o bico, a sua ponta, para ser mais exacto, toda desfiada; talvez de esgaravatar no lixo ou na calçada). Ao perceber que como algo, começa a me perseguir pela rua, a grasnar, e com uma expressão idiota, dou-lhe as cascas das romãs que engole de uma só vez, ao mesmo tempo que, desesperado, o tento enxotar.

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