Contratempo capilar

Era uma vez um senhor, que estava em sua casa de banho, a se barbear. Por ter deixado a barba crescer em demasia, via-se agora grego para a aparar; chegando ao inconveniente de ter que passar com a lâmina, três a quatro vezes seguidas, no mesmo local da face rubra. Porém, é sobre as patilhas do senhor que nos pretendemos debruçar, salvo seja, quero eu dizer que, após o corte total da barba, o senhor decidiu aparar as patilhas à tesoura.
Procurou o estojo de costura de sua esposa, e acabou por decidir cortar as patilhas, com uma tesoura de ponto-de-cruz. Até aqui tudo bem, o pior foi quando o senhor, que era empresário, se quis livrar do excesso capilar, após ter podado habilmente as patilhas. Tentou enfiar os cabelos no ralo da bacia, mas estes não desciam, num desesperado acto de repugnância, pegou no aglomerado de cabelo, e atirou-o para dentro da sanita, e puxou compenetradamente o autoclismo, da marca Oliva. Também não desceram. O homem, que deixou de ser senhor, a partir do momento em que decidiu matar a mulher e a avó, com arsénico no chocolate quente.
O azar do gajo, foi que morreu a mulher, à avó deu-lhe uma caganeira do caraças, mas sobreviveu, e fez queixa da polícia, ao senhor padre Barralheta.