Urubu Cultural

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tragédia à porta de casa

Preparava-me eu, para abandonar o meu apartamento, modernamente mobilado, quando recordei que não levava comigo, as bem amadas cigarrilhas cubanas, que gosto de fumar. Olvidando-me da porta aberta, procurei na sala-de-estar, a caixa onde conservo as afamadas. No interior desta, tinha para aí umas dez ou sete caixas de Cohiba, todas com uma singela cigarrilha apenas, embrulhada em um pedaço de papel pardo, até estavam duas metades fumadas de cigarrilha.
Enquanto acondicionava as cigarrilhas, devidamente na cigarreira, entrou-me em casa o João Velhinho, e começou a escreve, com canetas verde e vermelha, nos meus documentos do Estado Novo. Estupefacto, sentei-me à mesa da sala, e ali fiquei, impotente ante a catástrofe. O João Velhinho continuava, incessantemente, a laborar, entre palavras untuosas, ia-me explicando que, os documentos assim é que estavam correctos. Na esfera armilar que encimava os documentos, desenhou ele uma enorme roseta.

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