Urubu Cultural

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Não vale usar borracha, vou começar por escrever automatismos em “ão”

Olha um cão sem pião, faz “ão-ão”, de manhã passeia pelo parque, acha que a écharpe, muito me alegra faze-la feliz meu petiz. Infelizmente morri esta tarde pelas esteiras do destino, soluço devagarinho. “Ão-ão”, faz o cão, “mau-miau” faz a gata; ontem por acaso estive com a minha: é preta e velha, e está quase a morrer, telefonou-me o psicólogo de cara gorda e merda com azeite que queima calorias e fez chorar o petiz que é feliz sem nariz, e me diz que come merda ao pequeno-almoço. É especial, é espacial o mundo louco em que vivemos, sobrevivemos, Tirana é uma capital do desejo, solfejo, parei e morri; parar é morrer de repente como um copo de aguardente, medronho sonho tamanho; quem me dera esperar por um lugar debaixo do medronheiro, um carreiro, mexilhões abertos na chapa sem chapa, culatra enclavinhada da minha amante, lenga-lenga infantil, estou senil maravedil caro, sonhado impuro e casto sem gasto, imaculada conceição a da nossa senhora com catarro, escorre-lhe na cara, madrasta pederasta o padre que a lava com salva no vulcão e voltámos ao cão que sem pião faz “ão-ão”. A batata frita é bonita é catita, fleumática como um rebanho de cabras, abracadabra, lana-caprina é suína, é maravilhosa a Teresa toda tesa, abençoado o fruto do vosso ventre nosso senhor amén. Maia mija, não usa cuecas, suja tudo com merda e ranho atrás do rebanho tacanho, marrano é o gado dela, bonitas as vacas patriarcas monegascas, como se no Mónaco houvessem pastagens lindas e verdes; antes, porque é pequeno demais e a nudez do patriarca não dá para mais, muito me satisfaz sabê-lo, pois não tem cabelo. Amparo-o, «Pois é menino, dê-me uma ajuda, salve-me do demónio que está no meu património e no de Gabriel o pensador», Salvador Allende suspende o suicídio dizem as fontes oficiais, Pinochet e companhia, «Sorria», está a ser filmado por todo o lado, Deus tem uma câmara que clama por alguém que se sustem no ar a viajar, nas dunas importunas. Espírito de poeta aprisionado num corpo de atleta, corredor de fundo da escada, vomita sem cessar de casar, me pensar. Olha a Rita como é bonita, é catita e saltirica, salpica o corpo do poeta morto, está torto sem volta, é a morte que se avizinha da vizinha sem pinha para acender o fogareiro e assar os carapaus alimados sem rabos e nabos, que falam que riem que sorriem que vomitam impropérios à porta dos ministérios, sem mistérios dos cemitérios; voam espíritos desassossegados, acossados pela cruz de prata que o patriarca agita no seu magistério de cemitério de galdério, a ladrão passou a cão que faz “ão-ão”, «Não!» que é filho de pais respeitadores da moral e dos bons costumes alemães, nazi do caralho, matam pretos e comem alho sem orvalho, com rodovalho mágico. É bonito ver as ideias a fluir com calor, surgir sem um poeta esteta preso no corpo dum escrivão, «Não!». Só sei rimar em verso inversamente, sem pensamento o Algarve numa cabeça de cavala, uma caloira para caçar pardais nos beirais da universidade, minha pequenina, nos seus risos de barro que vomitam excrementos incessantemente sobre a fronteira e a erva precisa de ser constantemente semeada pela mão de Deus nosso senhor, o Cristo redentor, «Sou ou não poeta, senhor doutor?», «Não meu amigo, você é é atleta da Marateca, sem jaleca.
Sou um burro com cara de pessoa imperceptível, com orelhas compridas e ao pescoço um lacinho de papel, a correr cha-la-la, a saltar cha-la-la, cavalinho não saía do lugar, cha-la-la; e isto é automático fleumático, sempre os mesmos adjectivos de castigo, voltados contra a parede de ventoinha, tainha não se pesca que talvez na foz do Burgumilo, esse rio tangível inatingível jactante de força sobre-humana, a manha é a salvação de todas as almas: “Amén”, nosso senhor, digo-o com redobrado fulgor, «Que calor!». Espanha é uma nação de indigentes pouco contentes, «Vai um cafezinho?» interroga o Zé de Espinho, sem espinho, sempre a negação, da mão teimosa e supersticiosa. O automático é audacioso, indecifrável, um mistério da psicanálise, analisaremos a psique quando mais tarde chover, se chover, se não chover não analisaremos psique nenhuma, nem a tua nem a minha, nem de ninguém, nem do Hitler que chora medroso no canto fantástico fabuloso.
Quero falar francês mas não sei, receio não saber assim como comer merda às colheres; escrevo sem parar sem suspirar, sem pensar, sem beber álcool que falta me faz os neurónios do cérebro matar, tentei fazer uma rima mas só me saiu a minha prima com uma batata-doce no olho, entremeio do sobrolho, «Sobre o olho?», «Não!», «Sobrolho.», «Ah!», uma pinga de sonho suicida suicida-se à beira da estrada sobre a calçada mágica dos pés vermelhos da Holly Bergstein, personagem fictícia deste romance de icterícia. Tenho comichão na mão, no pé e nos dedos, sem medos avanço na floresta de brumas e de Brunas por entre o raciocínio interrompido, peido fortemente entre os homens que voam fora do círculo polar árctico, homem sexual natural e verdadeiro o que leva no cagueiro, devia morrer queimado, incinerado e proibido sem amido, que tique poético o meu, apopléctico e previsão do fim do mundo, rotundo imundo sem esperança e absurdo, sem medos arranco-te os dedos, é só lajedos e pedras que morrem enforcados, mantêm-se os paneleiros filhos da puta imundos e sebentos sem dentes ou coração, broches provocam a tua mãe que é lésbica e neurasténica sem voto na matéria, calas-te sobremaneiramente, sem ser recente e pecado original, é mitigado pela força do sexual, natural, abreviado o raciocínio instintivo das cobras-capelo sem pêlo e já cá está a merda da poesia a rimar outra vez, sem Suez não se vai a África porque a passagem está fechada e os pretos morreram todos, «Oh dia glorioso da minha ventura!», em que começará a minha aventura e vou bailar com pretos e fazer candomblé no Brasil, capoeira de pederastas sem madrasta que chora ao colo desconsoladamente, sem repelente de insectos. Maldita poesia. Nunca a fazia, apaguei todos os seus registos infinitos, como o tempo logo subsequente à existência da espécie humana que come rascaço de Melgaço com folha de aço, «Dá-se um abraço, ó ímpio dos ímpios!», tu que gostas de ver os blindados de muitas cores, todas as cores sem favores especiais, por ser para mim, ou para ti. A loucura é a abstracção da realidade, logo a mesma é um rascaço sem naturalidade, uma cavala é uma beldade, especialmente assadas com salada de tomate alface e pepino, sem menino que isso é pedófilia com a minha tia em Algés, quarto número um, terceiro direito ou esquerdo, não me lembro agora; que vocabulário é preciso para se ser conciso, porém não há riso e abomino o conciso, é incisivo, não é relativo, é mágico e todo poderoso como uma folhas de couve-lombarda, se batalhas não se vai a lado nenhum, «Pum!», cheira a chulé do José e da mãe dele que não leva as injecções adequadas logo pela manhã do pederasta que caridosamente se oferece, «Esquece.», retorque ela tomada de novo ânimo, animal selvagem, proveta velha do caralho, que só pensa no trabalho e no Diamantino, o seu outro menino deficiente mental. Jornalistas romenos começaram esta epidemia, que contagia, é poesia.

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