![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiURa_XACjVakQ435L7eVEaTURCNe8pueilcaDpI8e5L7XAKxbaeG9qlgSPFnKeqIIdxpt1ssnNsPFPiAgpxEEom_R9ZEfE7SacQ4KO8R1Te5Mz77ujIJr8mDcW9vSeXiMxJjN6fUTwdrbN/s400/images.jpg)
Manuelinho ama a sua mãe, mas não ama a sua prima, que assassina, sem dó nem piedade. Não consigo justificar o meu texto, sem outro pretexto, escrevo linha após linha; foi assim que surgiu o “Macaco Vienense”, linha após linha, sem pausas, quer acreditem, quer não.
Pego na metralhadora que é a minha caneta (chamo metralhadora à minha caneta), e disparo poemas sem parar, para o ar, rimar é cuspir, como quem escarra no papel.
Dadás mortos ensombram-me o quarto, no quarto andar esquerdo. As formigas enxameiam-me a casa, rabigas.
Que sentido é que isto faz, que sentido há-de fazer? Beber chá com um pau de canela, e depois morrer.
Beltron, no ido ano de mil novecentos e quarenta e cinco, não se casou, pois todas as mulheres que conheceu, tinham nariz. Beltron queria a mulher com o nariz defeituoso, com quem sonhava casar. Sempre que queria fumar, no café onde estavam bebés, Beltron peidava-se: «Antes julgarem-me louco, que me chatearem um pouco».
A mãe de Beltron nunca o protegeu das vicissitudes da vida, sempre expôs o seu filho aos seus vícios. Ao álcool e ao fumo, e foi graças a isso que Beltron ganhou um vaso coronário em Paris, e uma cárie coronária, no ano heráldico da filosofia, em que a hiena fazia matemática, e nas horas de ócio, desconstruía, como um motor de um carro, poemas doutros escritores alemães. Alemã era também a faca que Beltron espetou na barriga, a trinta de junho, nos Açores.
Sem comentários:
Enviar um comentário