Urubu Cultural

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Falta Amor no Teu Olhar


A mulher que jurou não ser minha,
A estrela que não brilhou,
«Sou pequenina nos teus braços...»

A mulher que me perdeu,
Mais do que o amor,
Vamos ser felizes!

O príncipe vagabundo...
A casa iluminada
Depois do perdão;
Minha mulher vai casar,
O nosso amor não é pecado,
Aonde vais, coração?

Casei com uma ciumenta.
(Vende-se um marido)
A porta proíbida...
Falta amor no teu olhar...

Clemente, o gato zarolho (ou sem um olho)


Fundes-te com a matéria,
Matreiramente curvilíneo.
Clemente, és um gato altamente!

Vamos embora, antes que alguém nos veja, e nos tente,
Ò Clemente.
 Tende piedade, sede caridoso; pois o roedor
(que és incapaz de roer…)
Também sente, ò Clemente.

Sempre apreciaste o teu nome de papa,
Que a mulata te fazia na cozinha,
Envergando singela cuequinha.

Até que um dia, acidentalmente,
Te vazaram o olho, Clemente;
Ofereceste o outro e não to quiseram,
Mas que gente!

É assim que elogio o gato Clemente,
Que como filho de boa gente,
TAMBÉM SENTE!
(em particular, quando literalmente, lhe chegam a roupa ao pêlo.)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Telefonema Ervanário


- Alô, é Vera?
- Não, daqui é Rui Barbo…
- Sabe se a Lúcia Lima está?
- Não, acabou de sair com a bela Luísa.
- Boa tarde, então… com licença.
- Faça favor.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A minha pátria é a desgraça


Situações ligeiras, mesmo que passageiras,
Papagueiam pinguins psitacídeos,
Dentro de mim e do delfim,

Desventurosos ventres da minha desilusão,
Vertiginosos caldos Knorr
De um sentimento que nunca morre.
Contudo abstracto.
(almocei as amêijoas todas dentro de um prato)
Aberto ao ar cálido de uma madrugada de vento norte.

Abalaram e não avisaram…
Não se faz…

Estremunhado, processo o anátema da vida em Marte,
Que dentro de cinquenta anos estará acessível a toda a Morte.
Escrevo-vos do passado longínquo, meus netinhos
Comedores de sardinha em lata,
Suspirantes de História imemorial,
Terrível, mas entusiasmante, certamente,
Se entre nós não se der catastrófico acidente,
Incidente de percurso nas linhas de tuas mãos,
Lívidas de desejos desnorteados, afagantes de tudo
Quanto é belo, no corpo esquivo de um crocodilo
Disfarçado de esquilo ou panda dançarino,
Que de pandeireta, me governa o destino, assassino,
Ou seja, fumador de haxixe.