Urubu Cultural

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os três reis magros

Era uma vez, os três reis magros, que eram toxicodependentes. Só queriam droga intravenosamente, passando todos os dias nestes folguedos. Os seus súbditos já estavam fartos de serem chulados, para os reis se andarem a drogar. Haviam súbditos que choravam, como perdidos, baba e ranho. Houve um que, de tanto chorar, lhe saltaram os olhos para fora das órbitas. Teve que sofrer uma pequena cirurgia plástica.
Era este súbdito, ao que lhe saltaram os olhos, o mais feio do reino. Ninguém dele gostava e, quando passava na rua, apedrejavam-no, como a São Terêncio. Apesar de tudo, fazia uma caldeirada do caraças, este gajo; sempre que havia festa, já eram amigos dele, interesseiros! E ele, tolo como era, acedia sempre, e lá cozinhava caldeirada. Assim que dizia:
- ‘tá bom de sal, e de picante…
Era novamente apedrejado, e escorraçado, sem escrúpulos, de onde quer que fosse, por quem quer que fosse.
Um dia, foi fazer caldeirada para os três reis magros, mas estes, devido ao estado avançado de dependência, tinham muita falta de apetite, pelo que se acabou por pedir à governanta, ou mulher-a-dias, do palácio dos três reis magros, para confeccionar um chazinho de erva-cidreira, que nos casos de má disposição, é o mais indicado. O súbdito mais feio, não esteve pelos ajustes, e quis logo praticar sexo anal com a mulher-a-dias dos três reis magros, que ainda era virgem. Esta desculpou-se, dizendo que era pouco higiénico e, que vomitara há pouco tempo.
Os três reis magros, não se indispuseram contra esta súbita veleidade, do súbdito mais feio do reino. Mandaram dizer missa por ela.
Tristes e decepcionados com a vida, já só consideravam a hipótese do suicídio, viviam tão tristes e descontentes, que nenhum, nem o melhor psicólogo do reino, os poderia salvar. A droga tinha-lhes consumido tudo, e todos os amigos os ostracizavam, votando-os ao abandono, que é o consumo de drogas.
Mesmo assim, não perderam a esperança no futuro, continuaram a acreditar, esperançados. A chuva de granizo que se seguiu, só piorou as coisas, os deprimidos, com o sueste, sentem-se muito incomodados e vêem-se privados da razão, bem como de espírito próprio, para criticarem seja o que for, até uma simples flor, sem amor.
É fantástica, a resistência que a esfera, de uma esferográfica, detém em si mesma. É uma esfera esférica, que é um microcosmos poético, das velhas nuas, que não se casam com os três reis magros.
Marco Paulo perdeu os caracóis, quando contactou pela primeira vez, com Paulo, um dos três reis magros que, se não me engano, era o mais velho deles todos. Comia romãs, como quem come dinheiro podre, sem milho, é a isso que se vê reduzido, depois fica de caganeira, por causa dos caroços que ingere.
Odiáxere, o rei magro do meio, tem um caroço no peito, e anda a fazer quimioterapia, sem parar, sem descansar, quer sarar o mal que tem dentro dele, põe bifes sobre o ventre, para alimentar o bicho, depois, também tinha a chatice da diabetes.
A avó do terceiro rei magro, faleceu de icterícia, enquanto encerava os bancos da igreja. Tinha tanto talento, mal empregado não o ter usado na construção do bem. Só via a maldade à sua frente, em toda a gente, via um enviado do demónio, para sodomizar, voava sem parar, e sem cair, sem rede por debaixo do trapézio mágico, que cavalgava, incessantemente. São pessoas de confiança, as que acreditavam nela piamente, quando dizia ver o Diabo, em pessoa.
O Diabo que, ao contrário do que muita gente pensa, se chama só Lúcio, e não Lúcifer; se fosse uma rapariga, seria Luciana, sendo também lésbica, como são todas as Lucianas, e tão lésbicas, como os lábios de uma mulher o podem ser, ao beijar a cona de outra, com força, veementemente, a que diz que não gosta.
Gostam todas de um beijinho no grelo, de vez em quando, de uma mensagem sensual, por telefone ou por fax. Zinaida foi a única gaja que não gostou, que lhe mexessem no grelo.

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