Urubu Cultural

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nossa senhora de Fátima

Nossa senhora de Fátima estava a cagar no deserto, quando de repente apareceu aos três pastorinhos, que apascentavam o gado por ali perto. Do cimo de uma figueira gigante, ela disse assim:
- Três pastorinhos, sou a Vossa Senhora de Fátima, benzam-se três vezes, ou morrem de imediato, neste cálido deserto, como uma vagina aberta, só que sem humidade.
Os pastorinhos choraram baba e ranho, indo contar ao paizinho, o que tinham visto no deserto. O pai dos mesmos, estando a foder com uma cabra, não gostou muito dessa ideia, e disse assim:
- Três pastorinhos, ponham-se no caralho, antes que o caralho se ponha em vocês.
Os três pastorinhos, transidos de medo, ódio e terror, rezaram durante cinco dias e cinco noites. O pai dos mesmos, visivelmente abalado, com o que tinha dito aos filhos, cometeu de imediato o suicídio. A mãe dos pastorinhos era cega, surda e muda, vivia num lar de terceira idade, onde era alimentada através de um espectáculo anal.
Sem encarregados de educação, os pastorinhos: Pedro, Paula e Luísa, decidiram ir correr mundo, pois sem os primeiros, não poderiam ir a visitas de estudo ao estrangeiro. Perto de um caminho ladeado por pinheiros, Pedro, Paula e Luísa, encontraram um mendigo todo esfarrapado. Fizeram-lhe o sinal da cruz, perguntando-lhe se não tinha que comer (que pérfidos eram estes três pastorinhos, não se envergonhavam de pedir comida a um pobre vagabundo). O mendigo, que era melhor pessoa que eles, dividiu por todos o pouco que tinha: um pão duro e um odre de vinho, já azedo. Luísa, a mais curiosa dos três, perguntou ao pobrezinho como é que se chamava:
- Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado.
Luísa fez um esgar de admiração, ao mesmo tempo que Pedro e Paula, arrotavam e se peidavam.
Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, antes de se ir embora, cortou a cabeça de Paulo, levando-a debaixo do braço até Paris e Roma. Suas irmãs de nada desconfiaram, confiando sempre na boa fé de Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, em momento algum, suspeitando que este, extrairia a cabeça de seu irmão; levou-a pois, para lhe dar beijos na boca sem parar, até chorar. Enquanto Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, beijava a boca de Paulo, ele tinha sempre os olhos fechados, correndo-lhe lágrimas de sangue pelas faces, túmidas de desejo.
Entretanto, Paula e Luísa, enveredaram pelo caminho da prostituição. Entre os seus clientes, contavam-se importantes aristocratas do meio rural francês da altura, nenhum lhe dava menos de trinta copeques por segundo de foda. Paula e Luísa, não faziam broches a ninguém, por isso, mantinham uma higiene oral de fazer inveja a muitas princesas do reino.
Nossa senhora de Fátima, por indicação do marido, voltou a descer à terra. Compadeceu-se do corpo abandonado de Paulo, esquecido no campo, e deu-lhe uma cabeça de cão rafeiro, que fuma cigarrilhas, porém, esqueceu-se que os cães têm um faro apuradíssimo, e deu um grande peido ao pé de Paulo, este, almariado, bradou aos céus:
- Filha da puta, pá! Não vês que eu tenho um faro apuradíssimo, para te estares aqui a cagar ao pé de mim, vaca de um corno.
Pareceu este linguajar, muito desagradável a nossa senhora de Fátima, que lhe deu um tabefe na cara, e ao sétimo dia repousou. Transido de medo como estava, Paulo viu-se aflito, pedindo a nossa senhora de Fátima, uma cabeça de porco. Esta concedeu-lhe o desejo e, ignorando que os porcos têm melhor faro que os cães, sendo até empregues na recolha de trufas, deu uma bufa. Paulo passou-se completamente da cachimónia, exclamando:
- Sua puta do caralho, foda-se, já te cagaste outra vez!
Nossa senhora de Fátima, desta vez viu que o rapaz tinha razão, e deixou-o ir em paz, mesmo sendo o pecador que era. Paulo, atormentado pelo pecado que cometera, decidiu ir à procura de: um padre, bode, ou psicólogo, para expiar os seus pecados, pois estes três personagens atrás mencionados, são uma e a mesma coisa, indivisíveis, como o ser, que é uno, de resto.
Paula e Luísa, neste entretanto, tinham abandonado a vida, que é como quem diz, o negócio da prostituição. Aprenderam especialmente bem a jogar, diga-se de passagem, ao uno, começaram a participar em campeonatos inter-regionais, envergando a camisola da selecção Portuguesa.
Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, era agora um próspero comerciante de carnes, enfiando, de quando em vez, o pénis flácido, no pescoço da cabeça de Paulo. Porém, não tardou em acontecer um revés, na sua carreira florescente. Joshua Amílcar Cabral, decidiu que, todas as pessoas chamadas: Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, deviam ser exterminadas da face da terra, por deterem todo o monopólio, do capital social da banca rota. Que autoridade tinha Joshua Amílcar Cabral para exigir tal, pergunta o estimado leitor? Ele justificava-o com a seguinte razão, e passo a citar: «Apareceu-me Nossa Senhora de Fátima, enquanto cagava no mato, e disse-me: Joshua Amílcar Cabral, vai, e extermina todos os Adolfos de Sousa Hitler dos Santos Furtado, que serás bem-aventurado, como os teus descendentes, até à quinta geração da tua família, o serão.»
Cá para nós, que ninguém nos ouve, isto não foi mais que uma pequena vingançazinha, por parte de nossa senhora de Fátima, pelo que Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, havia feito com a cabeça de Paulo. Ao serão, enquanto tomava chá com a sua senhora Joshua Amílcar Cabral, tomou a decisão de publicar, em diário da república, o que acima já foi mencionado e, até citado.
No dia após este acontecimento, eis que caía um dente a Paulo, este por sua vez, guardou-o, e mandou engastar num brinco de oiro, que passou a ostentar numa das suas orelhas esquerdas, com gosto e brio. Suas irmãs, preocupadíssimas com o seu irmão, num dia chuvoso como, de resto, o de hoje, debatiam-se num jogo de uno contra a forte selecção da Alemanha, que sabendo do seu passado negro, as insultavam de toda e alguma maneira possível. Diziam coisas como por exemplo, e passo a citar:
- Vacas do caralho, suas putas, só gostam é de levar na cona, grandes cabras, fodem com velhos pouco higiénicos, em troca de dinheiro, etc… e blá, blá, blá.
As duas irmãs, enrubesceram de vergonha, mas inspiradas pela fé em nossa senhora, apesar dos enxovalhos, continuaram a se debater pelas cores nacionais, e estoicamente, diga-se de passagem.
Estoicamente também, continuou Paulo em busca da sua cabeça, pois estava fartíssimo da de porco. Ignorando de todo o paradeiro certo desta, dirigia-se cada vez mais para oeste, não fazendo ideia de que, a sua cabeça, se encontrava mais a norte, na arca frigorífica de Adolfos de Sousa Hitler dos Santos Furtado, que entretanto, acossado, era vítima da perseguição de que era alvo pelo séquito de Joshua Amílcar Cabral.
(Cansada da vida religiosa que levava, nossa senhora de Fátima, decidiu abrir uma fábrica de guardanapos, inspirou-se no milagre que tinha feito com a cabeça de Paulo, e chamou-lhe Renova.)
Este, já cansado, sem resultados aparentes na sua busca incessante, decidiu entrar para o P.S.D., para assim, tornar mais fácil a sua busca. No P.S.D., a única coisa que lhe disseram, foi que tinha uma cabeça de porco, e não podia ser militante do partido, Paulo ainda argumentou que tinha visto a nossa senhora de Fátima, mas de nada serviu. Pôs toda a gente do partido em tribunal, disse que tinha S.I.D.A., e não tinha meios de subsistência. O senhor doutor juiz, era um velhinho chorão, que se apiedou muito do pobre Paulo, e deu-lhe razão. Os chefes do P.S.D., tiveram que lhe pagar uma indemnização avultada.
O senhor doutor juiz, que tinha ditado a sentença, comovido com o caso de Paulo, contraiu uma grande depressão unipolar. Dizia assim ao seu terapeuta, que lhe tinha mandado escolher quinze fotografias, de momentos significativos da sua vida:
- Se visse, senhor doutor, coitadinho, sem mãe nem pai, que lhe valessem, e com uma cabeça de porco, desgraçado do rapaz. Se fizesse uma pequena ideia, do que aquele rapaz já passou na vida. Ai, senhor doutor, a gente vem a este mundo só para sofrer.
Com a maquilhagem toda borrada, o senhor doutor juiz continuou o relato, da pena e dó-de-alma, que a vida de Paulo lhe fazia. Este, nestes entretantos, ficou ao abrigo de uma instituição de menores, onde havia um motorista que abusava de crianças, com total impunidade. Levava-as também, às crianças, para convívio íntimo, numa casa em Elvas, vila morena, com senhores apresentadores de televisão, entre outras profissões importantes, só não levava a padres, visto estes preferirem os meninos do coro, por provirem de meios mais asseados, e não terem S.I.D.A., e/ou outras doenças venéreas.
Paula e Luísa, contra tudo e contra todos, venceram o campeonato de uno e, com esse feito, conseguiram arrecadar a astronómica quantia de vinte mil contos, ainda na moeda antiga. Enquanto dormiam as duas em pleno mato, na sua isba de metal, nossa senhora de Fátima apareceu-lhes, inspirando-lhes caridade e, também, lhes administrando alguma. Num impulso repentino, Paula e Luísa, lavaram as suas vaginas, vestiram cuecas limpas, telefonaram para o programa televisivo: “O ponto de encontro”, no intuito de, a equipa do mesmo, tentar encontrar o seu irmão, entretanto, como se sabe, vítima de pedofilia.
Por estes dias que corriam, todos os senhores finos, queriam manter relações homossexuais, de carácter pedófilo, com Paulo. Ouviam falar dum rapaz, com cabeça de porco, muito belo, de macios caracóis loiros.
Nossa senhora de Fátima, acompanhava, do céu, todos estes desenvolvimentos e, já farta de ver o sofrimento a que os três pastorinhos estavam expostos, decidiu aparecer ao apresentador do programa, a que Paula e Luísa, tinham pedido auxílio. Chamava-se este, Henrique Mendes, e era muito boa pessoa; que é que se pode dizer de um apresentador de televisão que não abusa sexualmente de crianças? Henrique Mendes sentiu toda a dor, todo o sofrimento, dos três irmãos, no seu coração, e tomou rápidas diligências, no sentido dos agentes do F.B.I., ao seu serviço, encontrarem o mais depressa possível, o irmão de Paula e Luísa.
Os agentes do F.B.I. não se pouparam a esforços, calcorreando tudo e mais alguma coisa, em busca de Paulo, entretanto tornando-se num jovem muito rebelde e transtornado, não obstante, vestia-se com bonitos fatos-de-treino e ténis da Nike, que os seus “padrinhos” lhe ofereciam, em troca de favores sexuais.
Paulo só foi resgatado deste mundo vicioso, graças à interacção entre o F.B.I. e a G.N.R., que numa operação conjunta, durante uma operação stop, conseguiram deter o motorista da instituição de acolhimento de menores, que se preparava para levar o rapaz, mais uma vez, para a casa de Elvas. Salvo, por fim, Paulo foi levado para o centro de acolhimento do: Ponto de Encontro, que aliás, era para onde devia ter ido, logo depois do julgamento em que se opôs ao P.S.D. O caridoso juiz, que se apiedara tanto de Paulo, sem querer, ainda o fez sofrer mais! A vida tem destas coisas.
Decorreu mais um programa: Ponto de Encontro, os três irmãos reencontraram-se, abraçaram-se, tudo calmo, tudo lindo, só foi pena não ter Paulo a cabeça original. Pediram ao senhor Henrique Mendes, que os seus agentes do F.B.I., fizessem um jeitinho, mas este disse, como Pôncio Pilatos:
- Lavo, de aí, as minhas mãos.
E com efeito lavou, com sonasol verde, que tinha muito nojo de Paulo (de quem fingia ser amigo, quando na verdade, só agiu por interesse, para cair nas boas graças de nossa senhora de Fátima).
Sabendo do sucesso que o caso dos três pastorinhos teve, Joshua Amílcar Cabral, decidiu recorrer aos mesmos meios, para encontrar Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado. Ora esta história não podia acabar, sem ser numa grande petiscada. A malta foi toda para o quintal do Adolfo de Sousa Hitler dos Santos Furtado, foram assar: sardinhas, frango e febras.

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