Era uma vez uma professora do ensino primário, (que mais tarde se veio a saber, ser a Morte) que tentava a todo o custo, incutir nas suas classes de jovens pupilos, o medo de morrer. Ora como toda a gente sabe, as crianças não receiam a morte. Ah!, e um dia acabou-se o giz.A professora ordenava, imperativa:
- Receiem a morte, seus energúmenos! Quando eu contar até três, quem não recear morrer, leva três reguadas. Tânio, aproxima-te da minha secretária, imediatamente!
- Mas, senhora professora, tem a cara coberta, não a consigo vislumbrar…
Ao escutar as palavras acabadas de proferir pelo seu aluno, a professora sentiu-se, realmente, como uma pistola cujo gatilho é acabado de premir. Erguendo-se da cadeira num salto, agarrou instantaneamente a sua régua de acaju e, com um grito lancinante, avançou para o seu aluno que, aterrorizado, já regurgitava o leite com chocolate fornecido pelo ministério da educação.
Zás! Zás! Zás! Três reguadas soaram agrestes, pela sala; depois, a professora tornou a ordenar, a todos os alunos, que receassem a morte ou, pelo menos, a ideia da mesma (esses só levavam uma reguada):
- Quem recear a morte, ponha o dedo no ar!
Todos os alunos o fizeram:
- Agora, digam, eu receio a morte!
Todos os alunos o disseram:
- Eu, receio a morte.
- Agora, vou entrar nas vossas almas, que eu possuo, vou fazer uma intervenção…E assim aconteceu, como uma ténia maléfica, a professora, introduziu-se em todas as almas dos seus alunos (menos na de Tânio, que já tinha sido castigado anteriormente). O que a professora viu, chegava para desanimar o Tédio, nenhum aluno, acreditava no que dizia ser a sua convicção.
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