Urubu Cultural

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sábado, 12 de setembro de 2009

Sem Titulo


Passeava pela cidade quando vi um jardim. Um cadeirão enorme repousava na relva. Era feito de carne humana, como se albergasse um gigante. Tinha quatro pernas este cadeirão, com formas de Homem e unhas também.
Tinha pus numa perna... Duas enfermeiras jeitosas faziam-lhe o penso. Ali vi um cadeirão de gigantescas proporções num jardim, a receber curativos para uma infecção.
Decepei um dedo e esvaziei uma íris do olho e solicitei ajuda.
As duas "brasas" assim o negaram. Não era um objecto, segundo me disseram.
De seguida apressaram-se a prestar cuidados a um sofá que tinha orelhas nas extremidades; estava com uma otite.
Lamentei ter decepado o dedo em vão e a cegueira de um olho.
Bebi uma bica de seguida e comi o dedo. Não consegui engolir o olho, o seu aspecto gelatinoso e mole causava-me uma certa repulsa.
Eram três da tarde.

1 comentário:

  1. Quando escreves: Homem, com maíscula, referes-te à espécie, não ao espécimen, de aí, o cadeirão, tanto poder ter formas masculinas como femininas.

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