Urubu Cultural

Urubu Cultural

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Como confeccionar devidamente uma boa Massa Estúpida

Ingredientes:

10.637,713 Kg. de estupidez
10.637,713 Kg. de preguiça mental
10.637,713 Kg. de ilusão de que votar em qualquer partido político ou político profissional, vai efectivamente, mudar qualquer coisa
10.637,713 Kg. de facilidade de crédito na aquisição de inutilidades que prometem a felicidade eterna a quem as adquire
10.637,713 Kg. de medo
2 pacotes de Fátima
1 pitada de tele-lixo
3 pitadas de gripe A
1 g. de inteligência
Futebol q.b.

            Logo que estiverem reunidos todos os ingredientes supracitados, estamos prontos para passar à confecção de uma consistente e amorfa massa estúpida!
         Comece por misturar os quatro primeiros ingredientes muito bem; devido às enormes quantidades, recomenda-se a utilização de uma boa betoneira. Quando estiver tudo bem interligado, junte os pacotes de Fátima, futebol e tele-lixo e deixe repousar.
         Numa betoneira à parte, coloque o medo e as três pitadas de gripe A (muita atenção com a gripe A, pois se a dose for muito exagerada, em vez de uma massa estúpida, acabará com uma massa paranóica e, a não ser que pertença à indústria farmacêutica, não tirará qualquer proveito desta última composição), mergulhe em banho-maria.
         Por fim, junte tudo num único preparado, e está pronto a servir. Recomendamos um pouco de inteligência, como acompanhamento, apenas o suficiente para que a massa estúpida consiga desfolhar os jornais desportivos e/ou sensacionalistas e mudar os canais de televisão.

P.S. – Se não tiver gripe A à mão, e quiser realçar o medo, junte uma edição do jornal: Correio da Manha, fotocopiada até à exaustão. A massa estúpida não vai achar diferença alguma, pois o assunto das notícias é sempre o mesmo. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sou apenas uma mulher...

Pagaram o seu preço.
Uma sombra entre dois,
contra as tuas paixões.
O vagabundo amor também morre;
detém-te coração,
o amor permanece.

Tu estavas lá!
Um rapaz do Texas,
o homem de Moon Valley.
Um famoso colar de brilhantes,
um ano para recordar,
o amor tece a sua teia…
raparigas de azul.

Foste bom comigo:
uma pérola no prato,
um trevo de quatro folhas.
Renúncia por amor,
procura-se herdeira.

“…eram diferentes os seus credos, mas o amor superou tudo…”

Vidas sem esperança

Uma mulher inacessível.
A vida é maravilhosa,
amor de verão,
a tua boca é tentação.

O preço de uma mulher.
Denis, a extravagante…
Amar é loucura,
minha mulher desespera-me.

Nunca chegará o amor…
ele e as mulheres,
prisioneiros do passado,
o segredo dos seus olhos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Descoberta

O gato selvagem com os:
fantasmas, fantasmas, fantasmas,
num passeio à cidade.

Apresentações e nadar para a segurança,
de quinhentos dólares de veneno.
Só complicações,
numa festa surpresa.

Fogo na noite.

Operação limpeza:
pesquisa depois do anoitecer,
um encontro inesperado,
na caça aos patos bravos.

Angústia sobre o poço,
são lições a aprender;
a memória perdida
é uma justa recompensa.

A carta misteriosa


Cartas roubadas e
dinheiro desaparecido,
o resto de uma carta
 duma herança duvidosa.

O presente mistério é uma boa pista,
para o carro acidentado…

«Ele não é suspeito!»
À procura de uma noiva,
com estranhas mensagens.
Novo enigma…

Fechada!
Quem é a sobrinha?

Uma grande confusão e
um erro de identificação,
 na mensagem perigosa.

O jogo de palavras é uma armadilha para a boda falhada.

O pedido do médico

Patrícia e Nora dão uma ajuda
na estranha loja de antiguidades.
Patrícia investiga um favor invulgar da
boneca parisiense, a um estrangeiro suspeito.

Acusação injusta…
Uma pista no vestido e são apanhadas!

O plano de Patrícia, sem saída
para os salvadores.
O elogio do sargento.

O mistério do bangaló

Uma tempestade ofuscante.
Hóspedes não convidados,
são estranhos tutores
da queda da árvore.

O ladrão inesperado, com
 convite para investigar
a missão surpreendente.

A fugitiva assustada
duma herança valiosa,
é o sinal de perigo
para a cilada,
no abismo tenebroso.

Artifício de actor duma
situação desesperada.

Planos de salvamento
para a fuga rápida.

Dupla descoberta: da
pista nocturna para
os bens desaparecidos e
da prenda surpresa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O lagarto

Não te enoje seu aspecto bizarro, ó jornaleiro atarefado, que o lagarto pintado é pelo Homem. Se teus filhos padecem de tosse convulsa, limpa-lhes os queixos sem repulsa, e depões sua saliva doente, à porta do réptil dormente; este a ingerirá de forma fugaz, sarando rapariga ou rapaz. Passará a moléstia para o lagarto, que não tosse «Já viste que modéstia!?»
Se à hora do meio-dia, debaixo de árvore sombria, alivias tua crónica fome, descansado depois dorme, que o sáurio por teu sono velará, fica seguro que cobra alguma passará, sem que o réptil te acorde preste, alertando-te para a chegada da c’a pele despe. Caso teu sono seja mui profundo, e despertar não consigas, confia em teu amigo rotundo, que abocanhará a cabeça da cobra, sem mais cantigas. Morrerão ambos: a serpe de crânio esmigalhado, o lagarto de dentes anzolados, sufocado.
            «Vês como é teu camarada, o lagarto!?» Porém atenção, dele deves temer um facto, não o deixes chegar ao pé, quando tua mulher estiver de maré, pois que o aroma a sangue o desassossega, mordendo-lhe a madre, sem aceitar sonega.

Tifo Negro

Punição na terra dos Diabos!
O Zé Matador é o escravo do dever,
numa noite de Natal.
…e a morte fugiu!

Uma lua em cheio,
água quente só esta noite,
de nada mais precisa,
a trajectória da última condição.