Urubu Cultural

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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A odisseia dos Montgomery

  Alfred Montgomery, ou Fred, como era vulgarmente conhecido, inspeccionava o relatório de acções das suas empresas. Do seu altaneiro posto, que era o seu arranha-céus de escritórios, apreciava a imensidão do seu enorme complexo industrial.
A sua esposa, dona Rosemary Montgomery, havia-lhe recomendado que convidasse a sua secretária, senhorita Minnie, para o jantar de consoada em sua casa. Era já tradição, a família Montgomery reunir-se com a família Johnson, e senhorita Minnie, assim passando uma agradável véspera de Natal, que no fim de contas, é isso que o Natal é, a celebração, em família ou entre amigos, do nascimento de nosso senhor Jesus Cristo, o Messias.
Alfred Montgomery, fez tudo tal e qual lhe recomendara a esposa. Estávamos a vinte e três de Dezembro e, às sete e meia em ponto, hora a que por fim deixava o escritório, recomendou jovialmente assim à sua secretária:
- Senhorita Minnie, amanhã às oito em minha casa, não se esqueça!
A jovem mulher anuiu, sorridente; ficava muito grata aos Montgomery, visto não ter família, e deste modo poder celebrar a quadra natalícia em companhia. Haviam já cinco anos que assim acontecia.
 Como combinado, às vinte horas em ponto, senhorita Minnie tocava à campainha da mansão Montgomery. De pronto o mordomo Jeeves, a atendeu, tomando-lhe o casaco, e indicando-lhe o livingroom, onde os Johnson já estavam instalados, aguardando os anfitriões. Cumprimentaram-se cordialmente.
 Quando finalmente surgiu dona Rosemary, saudou todos em derredor, de pronto pedindo desculpas pelo atraso do esposo e, de sua filha, menina Bonnie Montgomery. Um quarto de hora depois, quando todos os convidados já tomavam eggnog, apareceu o anfitrião; cumprimentando as visitas, acto contínuo, serviu-se também ele de um pouco de eggnog, recomendando depois a Jeeves, que fosse providenciar o jantar, ordem essa, a que dona Rosemary retorquiu:
- Fred, querido, não queres esperar por Bonnie?
O senhor Montgomery acenou negativamente, de modo algo ríspido, dona Rosemary, por respeito ao marido, nada acrescentou.
 Havia já uma hora que tinham sido servidas as entradas, o mordomo Jeeves, preparava-se agora para trinchar o peru recheado de Natal, e a preocupação no semblante de dona Rosemary, pelo atraso da filha, não passou despercebida a ninguém. Diligente como era, senhorita Minnie ofereceu-se de pronto, para se ir inteirar da integridade física de menina Bonnie.
 Outra hora volveu, e Alfred Montgomery, explodindo de raiva, em parte graças ao álcool que já tinha tomado, em parte pelo desrespeito que a filha demonstrava para com os convidados, ergueu-se num repente da cadeira, encaminhando-se no sentido do quarto da filha. Lá chegado, não ouviu barulho algum, exceptuando um leve rumor, proveniente da casa-de-banho, sem qualquer reserva, abriu a porta de rompante, surpreendendo sua filha Bonnie, com uma mão dentro das calcinhas de senhorita Minnie, enquanto que com a outra, lhe acariciava os seios. Beijavam-se fogosamente, sedentas de um amor proibido.
 Ante este cenário, Alfred Montgomery, deu um grande urro, falecendo de imediato; alertada dona Rosemary, acorreu também ao quarto da filha, vendo o marido estendido no chão, faleceu também, com um grande urro, vieram os Johnson, e faleceram também, bem como todos os criados. Minnie e Bonnie, podiam agora saciar o seu amor, tranquilamente, o resto da noite.

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