Urubu Cultural

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Assalta-me na praia

Quando um negro, muito escuro, estava a tirar o curso de farmácia, resolveu ir à praia. Foi a pé desde Coimbra, onde estudava, até à Figueira da Foz, ter com o amigo Manuel Mourão, e foram os dois tomar banhos de mar, e ganhar dinheiro, cada vez mais dinheiro. E era tudo pela diversão. Jogavam à raspadinha.
Quando até o Surrealismo foi inventado, o que é que resta à Humanidade?
Preencher cadernos, que se encontrem lá por casa, abandonados, e ler livros, onde vem escrito tudo o que já se sabe. Quando tudo já foi resolvido, resta-nos contemplar, olhar para a paisagem, com ar de pasmo, como boi para palácio de Belém. É fantástico como se inventam mil e uma coisas, para mascarar o inqualificável, pior ainda é essa necessidade surgir, e envolver-nos como um enorme saco de plástico, que nos vai sufocando, mais e cada vez mais. É querer escrever, e não saber o que escrever, é parar, reflectir, fumar uma cigarrilha, e zarpar para casa, onde a velha avó nos espera, com as lamúrias de sempre.

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