Urubu Cultural

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

A desventura de ser quem sou


 Morri antes do tempo. Sem um único lamento que fosse. A loucura precoce encarregou-se disso por mim. Graças a ela, não tive que chafurdar na lama da desgraça própria; não era eu que sofria.
Cenário: Um quarto displicente
Louco: As ideias fixas não me libertam. Sufoco.
Loucura: Vamos lá exonerar essas ideias que acarinhas, esperar a morte.
(o louco concorda, com um aceno positivo de cabeça)
Lá fora: um bairro social, onde as noites se sucedem (onde talvez nunca tenha amanhecido!?). O louco continua deitado, a estrebuchar.
Cenário: Um bosque onde convivem: eucaliptos, roseiras.
Loucura: Conhecerás aqui algum alívio.
Louco: Espero que nunca me proíbas o bosque...
(a loucura sorri sardonicamente, é óbvio que mente)
É numa noite de lua cheia, que a loucura retira o bosque ao louco. Desesperado, este não sabe o que fazer. Corre. Esbraceja desesperado na noite.


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