De Marte até à Terra, o imigrante
Terrestre, vai dizendo para a patroa, cada vez estou mais feliz, já cá estamos
outra vez. Se desse para cá viver, se desse para cá morar, ai se soubesse! Ai
se soubesse! Ficava no meu planeta se a vida cá melhorasse, ai se soubesse, ai
se soubesse… Não voltava para Marte, ai que saudades das festas e romarias, dos
meus amigos que um dia cá deixei. Porque lá fora as amizades são estranhas, há
bem poucas alegrias, para quem tanto trabalhou. Volto para lá, regresso para cá
e ando sempre nisto, para saber o que isto dá; dança-se o bailinho corridinho e
o malhão... Olha, ao menos isso, para alegrar o coração! Ai que saudades: dum
cozido à Terrestre, duma febra sobre a mesa, caldo verde a fumegar; porque em
Marte, estando frio estando vento, traz a noite pensamentos, saudades do teu
lugar. Se desse para cá viver, se desse para cá morar… Ai se soubesse, ai se
soubesse…
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